sábado, 5 de janeiro de 2013

O fim do silêncio: presença negra na Amazônia



Lançado em novembro de 2011, no Museu Amazônico o livro ‘O fim do silêncio: presença negra na Amazônia’ reúne artigos científicos de jovens e experientes pesquisadores preocupados em disseminar essa temática pouca explorada no âmbito da Academia.
Segundo os autores da obra já podemos afirmar que a presença negra na Amazônia tem base científica, a partir de estudos desenvolvidos por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPSCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Organizado pela doutora em História, Patrícia Melo Sampaio, a obra ‘O fim do silêncio: presença negra na Amazônia reflete sobre essa temática, na qual possibilita ao leitor uma compreensão mais detalhada da etnia negra na Amazônia’, destacou.

Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a obra foi publicado pela editora Açaí e é composta por 298 páginas, em que reúne artigos de pesquisadores iniciantes do PPSCA, como  também pesquisadores mais experientes, incluindo artigo da organizadora.

O fim do silêncio
Temáticas variadas que vão desde cartas de alforrias e fugas escravas, passando pela festa de São Benedito do bairro da Praça 14, até o hip hop em Manaus, constituem reflexões que possibilitam ao leitor visualizar um cenário riquíssimo de histórias que foram abafadas no processo de construção cultural e  que não perdeu seu significado e valor histórico para o Estado do Amazonas.
Para Patrícia Sampaio, com a publicação da obra, se pode dizer que foi virada uma página, e que para ela, não dá mais para afirmar, de forma irresponsável sobre a invisibilidade e inexpressividade negra na Amazônia. A obra quebra o silêncio sobre a presença negra na Amazônia e norteia novas investigações respaldadas nessa ação inicial. Uma ação que mostra uma realidade esquecida e ignorada, mas que toma fôlego ao sair dessa densa camada e que contribui preenchendo espaço cultural.

Patrícia Sampaio afirma ainda que o livro demonstra, de maneira definitiva, nos seus diferentes trabalhos de pesquisa, que homens e mulheres negras construíram a história cultural do Estado do Amazonas e que estão até hoje, fazendo parte do desenvolvimento dele. “Mais do que estar no passado, os negros estão no presente, eles fazem parte da trajetória dessa terra e não dá mais para negar. Esse compromisso é inegável. É impossível negar a partir desse momento”, comentou.
Segundo ela, não houve dificuldade em reunir os artigos para lançamento organizado, porque no PPSCA existe um forte componente para a pesquisa voltada para essa questão, o que possibilita dimensionar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. “É importante dizer que o lançamento dessa obra é resultado de um intenso trabalho e que, conforme estudos desenvolvidos pelos estudantes iniciantes do Programa e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), em que se pode vislumbrar novas desdobramentos para pesquisas. O silêncio acabou!”, disse a professora.


Confira a relação de Artigos e Autores
‘Por uma história da escravidão africana e da presença negra na Amazônia’, de Patrícia Sampaio, ‘Fugindo, ainda que sem motivo: escravidão, liberdade e fugas escravas no Amazonas Imperial’, de Igor Olinto Rocha Cavalcante, ‘Alforrias escravas na Província do Amazonas’, de Provino Pozza Neto, ‘A Capoeiragem Baré’, de Luís Carlos de Matos Bonates, ‘Quilombo no Amazonas: do rio dos pretos ao Quilombo do Tambor’, de Emmanuel de Almeida Farias Júnior, ‘Danças e andanças de negros na Amazônia’, de Sergio Ivan Gil Braga, ‘A festa de São Benedito no bairro da Praça 14’, de Jamily Souaza, ‘Hip hop de leste a oeste de Manaus: quatro cabeças de uma hidra urbana’, de Sidney Barata de Aguiar, ‘Gente sem crônica definitiva: negros e mulatos na selva’, de Maria José Nunes Aleixo e Patrícia Sampaio, ‘Braços que remam nas águas do Rio Negro rumo ao ProUni: acadêmicos afrodescendentes  do Amazonas’, de Arlete Anchieta da Silva e Gláucio Gama e finalmente, ‘Identidade e trajetória de docentes negras (os) da Ufam’, de Ednailda Santos.     

Fonte: Agência Fapeam

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